quarta-feira, janeiro 22

Quando decidimos adotar um cachorro ou começamos o adestramento do nosso amigo de quatro patas, uma das primeiras dúvidas que surgem é: qual coleira devo usar? Afinal, com tantas opções disponíveis no mercado, pode ser difícil saber qual é a mais adequada para o seu cãozinho e para o tipo de treinamento que você pretende realizar.

Hoje, vamos conversar sobre os diferentes tipos de coleiras, seus prós e contras, e qual delas pode ser a melhor escolha para você e seu cão. E, para deixar tudo mais divertido, vou compartilhar a história da Lola, a pug da minha vizinha Clara, que passou por várias coleiras até encontrar a ideal.

A História da Lola e a Busca pela Coleira Ideal

A Clara sempre foi apaixonada por cachorros, e quando a Lola chegou, foi amor à primeira vista. Lola era uma pug fofíssima, mas também um pouquinho teimosa. Clara começou a levar a Lola para passear no parque, mas rapidamente percebeu que a pequena pug tinha um talento especial para… puxar a guia como se fosse uma maratonista! 😅

Nos primeiros dias, Clara não ligou muito, afinal, era só um filhote explorando o mundo. Mas conforme o tempo passava, os passeios se tornavam cada vez mais difíceis, com Lola puxando de um lado para o outro. Foi aí que Clara decidiu que era hora de investir em uma boa coleira e começar o processo de adestramento. E assim começou a jornada delas, testando diferentes coleiras até encontrar a mais adequada para Lola.

1. Coleira Peitoral: Conforto em Primeiro Lugar

A primeira tentativa da Clara foi com uma coleira peitoral. Esse tipo de coleira envolve o peito do cão, distribuindo a pressão pelo corpo, em vez de concentrá-la no pescoço. Para cães que tendem a puxar, como a Lola, essa coleira pode ser uma boa escolha, já que evita lesões na região cervical.

A Clara adorou a ideia de oferecer mais conforto para a Lola, mas logo percebeu que, embora fosse ótimo para passeios longos e relaxantes, o peitoral não ajudava muito no adestramento. A Lola continuava puxando, só que com menos força. Então, a Clara decidiu que precisava de algo mais específico para ensinar a Lola a andar ao lado dela.

Prós da coleira peitoral:

  • Mais confortável, especialmente para cães pequenos ou com problemas respiratórios, como os pugs.
  • Ideal para passeios tranquilos.

Contras:

  • Não é tão eficaz para corrigir comportamentos como puxar a guia.

2. Coleira de Cabeça: Controle e Direção

Cachorro usando uma coleira de cabeça, caminhando calmamente ao lado do dono, representando o controle no adestramento.

Depois de algumas pesquisas, Clara resolveu testar a coleira de cabeça, também conhecida como “Halti” ou “Gentle Leader”. Esse tipo de coleira se assemelha a uma focinheira, mas não serve para impedir que o cão morda. Na verdade, ela dá mais controle ao tutor, guiando a cabeça do cão na direção correta. Se o cachorro tenta puxar, a coleira suavemente direciona a cabeça para o lado, o que inibe o comportamento.

Clara ficou impressionada com a rapidez com que Lola aprendeu a não puxar. Nos primeiros passeios com a coleira de cabeça, Lola claramente não gostou muito, mas em questão de dias, ela já andava calmamente ao lado da Clara, sem forçar a guia. Era como se um novo cãozinho tivesse surgido!

Prós da coleira de cabeça:

  • Ótimo controle sobre cães que puxam a guia.
  • Facilita o adestramento ao redirecionar o cão.

Contras:

  • Alguns cães podem demorar para se acostumar com a sensação.
  • Não é indicada para passeios longos, pois pode causar desconforto.

3. Coleira de Treinamento com Pinos: Apenas para Casos Específicos

Durante a pesquisa, Clara encontrou informações sobre a coleira de treinamento com pinos (também chamada de “enforcador com pinos” ou “coleira de garra”). Esse tipo de coleira é projetado para cães que têm muita força e continuam a puxar, mesmo com outros tipos de coleiras.

Apesar de ser uma opção, Clara decidiu que a Lola não precisava desse nível de correção, já que ela era uma cachorrinha pequena e teimosa, mas não agressiva ou forte demais. Esse tipo de coleira exige um treinamento muito cuidadoso e o uso incorreto pode machucar o cão. Por isso, Clara optou por continuar com a coleira de cabeça.

Cão de grande porte usando uma coleira de pinos, sentado obedientemente ao lado do dono durante um treino em um parque.

Prós da coleira de pinos:

  • Eficaz para corrigir cães de grande porte que puxam muito.

Contras:

  • Pode causar lesões se usada de forma inadequada.
  • Não é recomendada para cães pequenos ou para tutores iniciantes.

4. Coleira de Enforcamento: Uma Ferramenta Controversa

Outro tipo de coleira que Clara pesquisou foi a coleira de enforcamento. Ela é bastante conhecida no mundo do adestramento, pois oferece uma correção rápida quando o cão puxa a guia. A coleira aperta momentaneamente o pescoço do cão e relaxa assim que ele para de puxar. É uma ferramenta eficaz, mas que precisa ser usada com muito cuidado.

Clara, no entanto, decidiu que não era a melhor opção para a Lola. O uso incorreto dessa coleira pode machucar o cão, e para uma pug pequenina, o risco era maior. Ela sabia que o mais importante era o bem-estar da Lola, então optou por alternativas mais seguras.

Prós da coleira de enforcamento:

  • Pode ser eficaz em cães que puxam excessivamente.

Contras:

  • Pode causar danos ao pescoço do cão se usada incorretamente.
  • Não é indicada para cães pequenos ou braquicefálicos (como pugs).

5. Coleira Tradicional: Simplicidade que Funciona

No fim das contas, Clara percebeu que a coleira tradicional também podia ser uma boa aliada no dia a dia. Esse tipo de coleira, que se ajusta ao redor do pescoço do cão, é ideal para passeios curtos e também pode ser usada no adestramento, especialmente em cães que já estão mais acostumados com os comandos.

Para cães como a Lola, a coleira tradicional funcionava bem quando ela já estava calma e não puxava tanto. Mas quando Lola estava mais agitada, era melhor voltar para a coleira de cabeça.

Prós da coleira tradicional:

  • Fácil de colocar e usar.
  • Boa para cães que já são treinados ou calmos durante os passeios.

Contras:

  • Não é eficaz para corrigir cães que puxam muito.

Conclusão

Escolher a melhor coleira para o adestramento do seu cão depende de vários fatores, como o porte do cão, o comportamento durante os passeios e, claro, o conforto dele. No caso da Clara e da Lola, foi a coleira de cabeça que trouxe o equilíbrio perfeito entre controle e conforto.

Lembre-se sempre de que cada cão é único, e o que funciona para um pode não funcionar para outro. O mais importante é testar as opções, garantir que o seu amigo peludo esteja confortável e, claro, ser paciente no processo de adestramento. Com o equipamento certo e muito carinho, o aprendizado se torna uma experiência positiva e divertida para ambos!

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Marcelo é adestrador e especialista em comportamento canino com mais de 10 anos de experiência. Formado em Zootecnia pela Universidade de São Paulo (USP), ele iniciou sua carreira como assistente em uma renomada escola de adestramento, onde rapidamente se destacou por sua habilidade de compreender e trabalhar com diferentes temperamentos caninos. Ao longo de sua trajetória, Marcelo ajudou centenas de tutores a criarem laços mais fortes e positivos com seus cães, sempre focando em técnicas de reforço positivo. Atualmente, é o criador do site Treine seu Cão, onde compartilha seu conhecimento em socialização e adestramento responsável.

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